A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (1/2) à noite o maior resultado de sua história: lucro líquido de R$ 188,3 bilhões em 2022. A cifra é 76,6% superior aos R$ 106,6 bilhões apurados em 2021, que até então era recorde. Esse desempenho, o maior já registrado por uma empresa brasileira, foi puxado por alta de 43% no preço do barril, vendido a uma média de US$ 101,19 no exterior, além de maiores margens na venda de combustíveis, melhor resultado financeiro; e ganhos com acordos de coparticipação em campos da Cessão Onerosa.
A escalada dos preços dos combustíveis levou o ex-presidente Jair Bolsonaro a intervir na estatal, com a troca de dois presidentes no ano passado, e no mercado em geral, com a desoneração de impostos federais – que voltaram a ser cobrados ontem – e a imposição de teto para o ICMS sobre os combustíveis.
O ministro da Fazenda Fernando Haddad (Fazenda) negou interferência política nos preços estabelecidos pela Petrobras e pediu “compreensão” ao mercado já que “a bucha herdada não é pequena e tem que ser administrada politicamente, ambientalmente, socialmente, economicamente, mas o rumo está dado”.
Dividendos
Um dia após críticas da presidente do PT, Gleisi Hofmann, sobre a política de remuneração dos acionistas, a Petrobras anunciou que pagará dividendo de R$ 2,7457 por ação ordinária e preferencial. Assim, apenas no último trimestre de 2022, a estatal distribuirá R$ 35,8 bilhões. No ano, o dividendo pago pela companhia totalizará R$ 215,8 bilhões, mais do que o dobro do valor distribuído em 2021 (saiba mais aqui).
O governo já estuda a volta do modelo de distribuição de dividendos dos governos Lula e Dilma, mantendo-o em torno de 35% a 40% do total. Hoje, praticamente todo o lucro é distribuído. Segundo fontes, o assunto já foi tratado pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, com Lula.