O vice-governador Daniel Vilela (MDB) compareceu na diplomação do prefeito eleito Márcio Correa (PL) nesta quinta-feira (20/12) em Anápolis. Já o senador Wilder Moraes (PL), não. Sintomático: ambos devem disputar o governo de Goiás em 2026 e Anápolis é o terceiro maior colégio eleitoral no estado, perdendo apenas para Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Márcio Correa foi eleito com apoio do senador Wilder Moraes. Mas também com o de Daniel Vilela, que indicou o vice na chapa encabeçada pelo bolsonarista. Isso, apesar do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) ter apoiado outra candidatura na cidade, da professora e ex-secretária municipal Eerizania de Freitas (União Brasil).
A candidatura de Márcio Correa pelo PL teve incentivo primeiro do ex-deputado federal e vereador eleito por Goiânia, Major Vitor Hugo. Que, um tempo depois, foi abraçada por Wilder Moraes, presidente estadual do partido. Entretanto, a relação do prefeito eleito é mais longa e consistente com Daniel. Em 2018, ele disputou a Prefeitura de Anápolis pelo MDB.
“Parabéns, meu amigo Márcio Corrêa! Confio em sua liderança, que ao lado do Walter Vosgrau, será marcada pelo compromisso com o progresso e o bem-estar dos anapolinos. O governo de Goiás será um parceiro fiel para transformar o potencial dessa cidade estratégica em grandes oportunidades. Vamos juntos construir um futuro de desenvolvimento e prosperidade para Anápolis!”, postou Daniel nas redes sociais.
Já o senador, além da sua ausência na diplomação, nada comentou nas redes sociais.
Jair Bolsonaro
Uma visita de Daniel Vilela ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em novembro passado, aumentou a crise no PL em Goiás. O emedebista foi acompanhado do vereador eleito Major Vitor Hugo. Ao tomar conhecimento, a ala no partido comandada por Wilder Moraes e o deputado federal Gustavo Gayer fizeram pesadas críticas nesta semana.
O senador chegou a emitir uma “nota de repúdio”, acusando Vitor Hugo “de aproximar a sigla ao projeto do atual” de Daniel Vilela, do MDB, “partido que atualmente integra a base do governo Lula”. Ainda disse que a visita a Bolsonaro não teve autorização do partido em Goiás. E deixou claro que o vice-governador já é considerado como adversário pelo PL goiano.
Vitor Hugo respondeu nunca ter visto algo assim e que nunca viu uma nota do diretório estadual do PL contra o governo do PT, aumento do dólar, prisão do general Braga Neto ou anulação da condenação do petista José Dirceu. Também insinuou que a direção estadual do partido, hoje sob o comando de Wilder Moraes, pode mudar até 2026.
Diálogo
Já Daniel Vilela aproveitou a oportunidade e postou vídeo nas redes sociais. Disse que na sua visita ao ex-presidente Bolsonaro trataram de vários temas, entre eles também de política. “Mas sem implicar em uma busca de apoio a provável candidatura (ao governo de Goiás)”, frisou. Disse ainda considerar natural lideranças partidárias estarem conversando.
Mas, o emedebista também deixou claro que Vitor Hugo foi a peça fundamental para a filiação de Márcio Correa no PL. E criticou a atual direção estadual do partido por não ter aceitado dialogar em outros municípios goianos nas eleições deste ano.
Entre eles Goiânia e Aparecida de Goiânia, onde candidatos do PL foram derrotados pela base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). “Poderíamos estar com o PL e termos comemorado vitórias juntos”, frisou.
Para bom entendedor…