As bacias dos rios Meia Ponte e dos Bois têm 42% mais vegetação do que havia levantado anteriormente pelo Mapbiomas. Segundo estudo coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) em parceira com a Universidade Federal de Goiás (UFG).
Trata-se da primeira etapa do projeto Atlas dos Remanescentes de Vegetação Nativa, um projeto iniciado em dezembro de 2024 que se propõe a fazer um mapeamento detalhado do Cerrado goiano em seis etapas.
Para realizar a primeira etapa, o Atlas mapeou 12.563 km² de vegetação nativa, área 42% superior ao que apontavam bases como o MapBiomas. A região foi dividida em blocos de 5×5 km, os chamados tiles, que por sua vez foram subdivididos em quadrículas de 10×10 metros.
“Essa técnica facilita para os intérpretes identificarem os quadradinhos com vegetação. Os que não têm, como pastagens ou lavouras, são descartados”, explica Nilson Clementino Ferreira, pesquisador e coordenador técnico do Atlas. Essa organização possibilita uma triagem mais eficiente e precisa.
Inteligência artificial
Na etapa de amostragem, foram escolhidos pontos com vegetação bem definida, chamados de “amostras puras”. Esses locais serviram como referência para o treinamento do sistema de inteligência artificial. “Precisamos ensinar ao computador os padrões de cada tipo de vegetação, mostrando exemplos concretos”, detalha Ferreira.
Foram mapeados seis tipos principais, como florestas secas, savanas úmidas e campos campestres. Algumas dessas áreas foram checadas em campo, especialmente nos pontos em que os analistas tinham dúvidas.
As auditorias finais foram decisivas para garantir a qualidade e confiabilidade dos dados. Uma equipe secundária revisa todas as interpretações, corrigindo eventuais distorções e redefinindo limites. A checagem em duas etapas reforça a solidez dos dados apresentados no Atlas.