A equipe econômica do governo Lula (PT) divulgou um estudo em que aponta que os 0,01% mais ricos do país, com renda mensal acima de R$ 5,3 milhões, pagam hoje, em média, uma alíquota efetiva de apenas 5,67% de Imposto de Renda. Menos do que boa parte da classe média.
O levantamento mostra que a progressividade do IR praticamente se inverte no topo, pois ela cresce até 12% para rendas de R$ 23 mil e, a partir daí, começa a cair.
Outro levantamento, da Receita Federal, mostrou que apenas 47 empresas foram responsáveis por quase um terço dos R$ 396,9 bilhões concedidos em benefícios tributários no Brasil entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025.
No total, essas companhias receberam R$ 120,7 bilhões em renúncia fiscal.
Gastos
Enquanto isso, os chamados gastos extraordinários do governo federal devem ultrapassar R$ 324 bilhões entre 2023 e 2025, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI). Só em 2023, foram R$ 241 bilhões, puxados por precatórios e medidas da PEC da Transição. Neste ano, as despesas extras devem chegar a R$ 49 bilhões.
Enquanto isso, o relatório Prisma Fiscal, também divulgado pelo Ministério da Fazenda, mostra que os economistas projetam um déficit primário em 2025 pior do que anteriormente, para R$ 74,7 bilhões, valor distante da meta de déficit zero do governo.
Para 2026, a estimativa foi de um déficit de R$ 81,5 bilhões. Já a dívida bruta teve ligeira revisão para baixo, ficando em 80,1% do PIB no próximo ano.