No início do mandato, diante da crise do transporte público, que somava uma dificuldade de caixa das empresas, ônibus lotados e novas demandas operacionais por causa da pandemia da Covid-19, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) fez um anúncio ousado: iria entregar até o final do primeiro semestre de 2021 um projeto que contemplaria a total remodelação do sistema de transporte público na capital. O objetivo, segundo o prefeito, era resolver de forma perene dificuldades estruturais, como a viabilidade financeira da operação, qualidade do serviço, modernização da frota, instalação de abrigos adequados e a questão do sistema compartilhado com os demais municípios da Região Metropolitana. O prazo limite para apresentação do projeto, segundo o prefeito, era o primeiro semestre deste ano. Mas até hoje o Paço Municipal não mostrou nem um esboço do que seria essa remodelação.
A Prefeitura pouco tem falado sobre o tema e o transporte coletivo continua o mesmo de lá pra cá. Somente a promessa de não reajustar a passagem este ano foi cumprida e alguém terá que arcar com esse custo em algum momento, já que os combustíveis aumentaram muito de lá pra cá. Em entrevista hoje ao Bom Dia Goiás, da TV Anhanguera, Rogério Cruz voltou a dizer que a Prefeitura está estudando um novo modelo para o sistema de transporte coletivo, mas que ainda não é possível avançar pois é uma discussão que envolve os demais municípios da Região Metropolitana de Goiânia e que, por isto, tem que ser feito em conjunto com o governo do Estado. O que não é uma novidade, já que atual modelo vigora desde 2005. O prefeito esteve com o governador em junho para tratar do setor, mas a reunião, segundo o que foi divulgado, foi mais centrada nas questões referentes ao Eixo Anhanguera, única linha que é gerida pelo Estado.
À TV Anhanguera, Rogério Cruz disse que é favorável ao fim do modelo de tarifa unificada, alegando que ele é injusto, por prever que passageiros que andam distâncias curtas paguem o mesmo valor de quem se desloca entre pontos mais distantes. É uma discussão polêmica. Na época que foi implantado, o modelo buscava oferecer aos moradores das regiões mais periféricas de Goiânia e dos municípios vizinhos as mesmas condições de circularem que os moradores da região mais central. Atenderia, portanto, camadas mais pobres da população. Em entrevista ao Diário de Goiás, o presidente da CMTC, Tarcísio Abreu, voltou a falar ontem que a pasta vai entregar uma proposta para remodelar o sistema, visando maior eficiência do serviço, conforto do cliente e sustentabilidade financeira. Mas, desta vez, não estabeleceu prazo.