Tudo indica que não vai sair barato para a imagem dos vereadores a aprovação do reajuste do IPTU proposto pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos). As críticas nas redes sociais, na imprensa e nas ruas se intensificaram quando a maior parte dos proprietários de imóveis de Goiânia teve acesso aos boletos deste ano e descobriu que vai ter ter que arcar com reajustes que passam dos 80%. A promessa da Prefeitura era outra: o reajuste pesaria sobre uma parte menor dos imóveis e não passaria de 45% mais reposição inflacionária (que foi de 10,74%). Mas existem relatos de reajustes que chegam próximo a 100%. A administração municipal alega que alguns casos existem mudanças das características dos imóveis e que a base de comparação do ano anterior não é mais válida.
Hoje uma faixa fixada numa avenida no Parque das Laranjeiras criticava o vereador Marlon Teixeira (Cidadania) e o deputado estadual Virmondes Cruvinel, do mesmo partido e uma espécie de mentor político do vereador. O bairro é reduto eleitoral dos dois. Abaixo de uma outra faixa na qual o vereador e o deputado agradeciam o prefeito Rogério Cruz pela revitalização do Parque Bougainville, foi colocada uma segunda com a seguinte frase: “A população da região vem dizer que você nos traiu, vereador Marlon, votando pelo aumento abusivo do IPTU. Nos vemos nas eleições’, dizia a peça, que ainda tinha um adendo. “P.S: Isso serve pra você também, Virmondes”. A faixa já foi removida.
Um abaixo-assinado eletrônico contra a mudança no cálculo do IPTU já conta com mais de 7 mil assinaturas. A coluna Giro, do Popular, também traz a informação de que alguns vereadores da base do prefeito ensaiam um discurso contrário ao reajuste e já articulam a convocação do secretário de Finanças, Geraldo Lourenço, para explicar detalhes do aumento. Os vereadores argumentam nos bastidores que foram enganados pelo Paço Municipal sobre o real impacto das mudanças no cálculo do tributo. Contudo, 28 dos 35 vereadores votaram a favor do projeto, que foi aprovado rapidamente na Câmara.
Ao todo, 236.163 imóveis em Goiânia tiveram este ano aumento acima de 45% em relação ao valor de 2021. Isso representa metade dos imóveis que sofreram algum reajuste no tributo. No geral, 477.250 imóveis tiveram algum percentual reajuste, o que representa mais de 63% das unidades cadastradas. Os dados foram obtidos pelo Popular por meio da Lei de Acesso à Informação, já que a Prefeitura nunca disponibilizou essas informações. A promessa da Prefeitura era de que 51% dos imóveis da capital teriam redução ou isenção no IPTU.
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