O empresário Luciano Hang, conhecido como “Véio da Havan”, não é boa companhia para o presidente Jair Bolsonaro. Este é o entendimento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em relatório produzido em junho de 2020 para o presidente e repassado a membros da CPI da Covid que lista uma série de possíveis crimes cometidos pelo empresário, um dos maiores aliados de Bolsonaro. O órgão de inteligência alertou o presidente sobre os riscos políticos da proximidade com Hang.
Os possíveis crimes listados pela Abin são de agiotagem, contrabando, evasão de divisas e sonegação. De acordo com o documento, só na Justiça de Santa Catarina há 25 processos abertos envolvendo o braço financeiro dos negócios de Hang. A Abin questiona a gestão financeira da Havan no início dos anos 2000, quando o custo de manutenção das lojas seria cinco vezes maior que o faturamento, segundo informado pela empresa, o que deveria inviabilizar o negócio.
A Abin também informou a Bolsonaro que Hang foi investigado pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, contrabando de produtos importados e sonegação fiscal. O empresário, no entanto, continua prestigiado pelo Palácio do Planalto, retribuindo com uma defesa ardorosa do governo.