O presidente eleito Lula (PT) nomeou ontem (1/11) o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), como coordenador do processo de transição do governo. Embora o ex-governador paulista já era a principal aposta para a função, o ex-ministro Aloísio Mercadante e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também eram cotados. Os dois vão integrar a equipe, mas subordinados a Alckmin. Já o petista Fernando Haddad deve montar a equipe da área de Educação.
A escolha de Alckmin para coordenar a transição atendeu a vários propósitos. O principal, segundo aliados, foi o recado de que o ex-governador terá um papel de coordenação no governo, mesmo sem ocupar um ministério. De acordo com um interlocutor do presidente eleito, o futuro vice deve desempenhar missões acertadas com o petista.
Também pesou o espírito conciliador de Alckmin. Por fim, a opção evitou a ciumeira de petistas que poderiam reclamar caso fossem preteridos por algum rival interno.
Geraldo Alckmin desembarca nesta quinta-feira (3/11) em Brasília para se reunir com o relator-geral do Orçamento, o senador Marcelo Castro (MDB-PI). O futuro governo busca uma forma de manter o Auxílio Brasil em R$ 600, já que a proposta orçamentária enviada por Bolsonaro só previa esse valor até dezembro deste ano.
Centrão
Pelo lado do governo de Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), disse que foi autorizado pelo presidente a iniciar a transição tão logo o nome de Alckmin seja formalizado. Previsto em lei, o processo de passagem de um governo para o outro é obrigatório, não dependendo de autorização presidencial.
E como o Centrão não perde tempo, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), telefonou para o líder da oposição, Wolney Queiroz (PDT-PE). Oficialmente, para discutir pautas do interesse de Lula que impactem o orçamento daqui até 2026.
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