Em Brasília dá como certa a aliança da União Brasil (fusão do DEM com PSL) com o Podemos, do pré-candidato a presidente Sergio Moro, para 2022. Isso também implicaria no palanque em Goiás entre o ex-juiz e o governador Ronaldo Caiado, embora o goiano tentará evitar ao máximo trazer a disputa presidencial para a sua campanha estadual. Moro gostaria de uma mulher ligada ao mercado como vice — ela se filiaria à União, que terá à disposição a maior verba dentre os partidos no pleito de 2022, graças ao tamanho de sua bancada: R$ 320 milhões no fundo eleitoral e mais R$ 138 milhões de fundo partidário. Tem também entre os filiados 554 prefeitos, estrutura suficiente para dar capilaridade na campanha presidencial.
O problema em torno de Sergio Moro é o quase nada que se sabe sobre suas ideias em várias áreas. Nos 16 meses que ficou no Ministério da Justiça, barrou demarcações de terras indígenas, mandou o fracassado pacote anticrime para o Congresso, embutindo nele o excludente de ilicitude, apoiou indiretamente um motim de policiais no Ceará e abonou os sinais de desvios éticos no governo Bolsonaro, quando começaram a surgir. Ter escolhido como conselheiro um bom economista como Affonso Celso Pastore é bom, mas está longe de ser suficiente. Ele, em muitas áreas, é uma página em branco e precisa preenchê-la.
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