Tratada até poucos dias atrás como balão de ensaio, de tão improvável, a possível composição entre o ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin avançou muito esta semana. Alckmin anunciou hoje sua desfiliação do PSDB, partido no qual esteve filiado por 33 anos, e terá uma agenda conjunta com Lula no próximo domingo (19), num jantar do grupo Prerrogativas, que contará com cerca de 500 convidados (existe uma fila de espera de mais 300 nomes).
Ao anunciar sua saída do PSDB, o ex-governador de SP postou nas suas redes sociais: “É um novo tempo! É tempo de mudança!” O PSDB deve ter como candidato a presidente o governador João Doria (SP), desafeto de Alckmin.
Alckmin pretende se filiar no PSB para viabilizar sua candidatura a vice de Lula, mas o partido ainda precisa superar alguns desentendimentos regionais com o PT. É o caso de São Paulo. O partido de Lula quer o ex-ministro Fernando Haddad concorrendo ao governo do Estado, enquanto o PSB aposta em Márcio França e quer o apoio do PT.
Ninguém tem dúvida que Lula sacrificará a pré-candidatura de Haddad se for necessário para ter Alckmin como vice (caso as pesquisas apontem um ganho real nesta aliança). Os dois, que já se reuniram pessoalmente pelo menos uma vez nos últimos dois meses, têm dado passos curtos e calculados, para medir a aceitação da chapa.