Para temor do resto do mundo, Estados Unidos e China seguem disputando quem vai piscar primeiro na guerra comercial aberta por Donald Trump. Na quinta-feira (10/4), a Casa Branca esclareceu que todas as importações do gigante asiático agora enfrentam tarifa mínima de 145% para entrar nos EUA, e não 125% como fora noticiado na véspera.
O número combina a taxa de 125%, última a ser divulgada por Trump, com outra anterior, de 20%, imposta sob a justificativa de que o governo chinês não combate o envio de fentanil para os EUA.
As tarifas líquidas aplicadas pelos Estados Unidos ainda são muito mais altas do que antes das eleições. E o efeito é um aumento de dez vezes nas taxas sobre produtos importados pelos EUA. No início do ano, a tarifa geral média do país era de 2,5%. Com as mudanças desta semana, subiu para 27% — a mais alta em mais de um século.
Reação
Em resposta, o governo chinês anunciou na madrugada desta sexta-feira (11/4) que as tarifas sobre produtos americanos vão subir de 84% para 125%. Mas que, por outro lado, o país vai ignorar novos aumentos de taxação que forem anunciados pelo presidente dos EUA, avaliando que o movimento já se transformou em “uma piada”.
Já a União Europeia suspendeu suas tarifas retaliatórias sobre produtos americanos pelo mesmo período da pausa anunciada por Trump: 90 dias. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a UE recuaria em suas contramedidas – tarifas de 25% sobre € 21 bilhões em importações – para “dar uma chance às negociações”.
A alemã alertou que o bloco está pronto para expandir a guerra comercial para serviços e até mesmo incluir um imposto sobre receitas de publicidade digital – o que atingiria em cheio as big tech americanas.