A direção do Hospital de Câncer Araújo Jorge informou nesta segunda-feira (16/12) que vai suspender os atendimentos de primeira consulta oncológica regulados pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Motivo: ausência de repasses financeiros por parte da Prefeitura de Goiânia, “que inviabiliza a continuidade plena das operações da instituição e ameaça diretamente o direito à saúde dos pacientes”.
Entretanto, o hospital afirma que os pacientes que já estão em tratamento no hospital continuarão sendo atendidos normalmente, garantindo a continuidade de seus cuidados. “Mas, os pacientes com consultas de primeira vez marcadas para o dia 17 de dezembro ou após essa data devem procurar o Complexo Regulador da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia para orientações”.
O hospital, que depende de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) – cuja responsabilidade de repasse é da Prefeitura de Goiânia –, enfrenta atualmente um acúmulo de valores pendentes que totalizam R$ 55,3 milhões.
Este débito inclui a produção SUS dos meses de setembro e outubro de 2024. Além de recursos provenientes de emendas parlamentares, portarias federais e outros compromissos financeiros.
Atrasos
Os atrasos comprometem despesas operacionais essenciais, incluindo a compra de insumos médicos, folha de pagamento de colaboradores e investimentos estruturais, como a substituição urgente de um acelerador linear com mais de 20 anos de uso, fundamental para os tratamentos radioterápicos.
Com cerca de 90% de sua receita proveniente de repasses do SUS, o Hospital de Câncer Araújo Jorge atende mais de 70% dos casos de oncologia em Goiás. “A falta desses recursos ameaça diretamente milhares de pacientes que dependem exclusivamente do hospital para acesso a diagnósticos e tratamentos oncológicos”, informa em nota.
“A direção do Hospital de Câncer Araújo Jorge destaca que a decisão de suspender os atendimentos de primeira consulta foi tomada após esgotadas todas as tentativas de diálogo com a atual gestão da Prefeitura de Goiânia”, enfatiza. O hospital pede ainda ajuda urgente do Governo de Goiás, dos parlamentares goianos e demais autoridades competentes.