A arrecadação do governo de Goiás no primeiro quadrimestre deste ano apresentou crescimento de 9,97%, em comparação com o mesmo período de 2024, ao somar R$ 15,3 bilhões. Segundo os dados fiscais consolidados no Relatório Resumido da Execução Orçamentária.
O ICMS, principal tributo estadual, arrecadou R$ 5,5 bilhões no quadrimestre – alta de 4,56%. Destaque para os setores agropecuária (alta de 31,1%), extração mineral (38,7%) e energia elétrica (12,9%). A arrecadação do IPVA cresceu 12,8%, passando para R$ 393,8 milhões nos quatro primeiros meses deste ano.
Já o programa Protege (bancado por empresas que recebem incentivos fiscais) arrecadou R$ 725 milhões, uma alta de 14,6%. E o Fundeinfra (bancado pelo agronegócio), R$ 346 milhões, aumento de 13,4%.
A Receita Corrente Líquida (RCL) fechou os 12 meses encerrados em abril em R$ 43,7 bilhões, crescimento nominal de 12% em relação ao mesmo período de 2024.
Despesas
As despesas do governo de Goiás, no primeiro quadrimestre de 2025, tiveram alta expressiva. Foram R$ 16 bilhões liquidados no período, um crescimento de 30,3% em relação ao ano passado.
Na saúde, a execução superou o mínimo constitucional de 12%, com R$ 1,69 bilhão já liquidado em ações e serviços públicos, o que representa 15,2% da receita de impostos e transferências.
Na educação, foram empenhados R$ 3,4 bilhões, com R$ 2,4 bilhões liquidados e R$ 2,1 bilhões pagos. A aplicação em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE) já alcança 24,1% da receita líquida de impostos, próxima do mínimo exigido de 25%.
Os investimentos neste ano saltaram 141,26%, totalizando R$ 849 milhões.
Déficit
Como consequência, os resultados fiscais do governo Caiado no período apresentaram saldo negativo: déficit orçamentário de R$ 606 milhões e déficit primário de R$ 1,1 bilhão.
O governo justifica que não se trata de desequilíbrio estrutural, mas “de ações planejadas que reforçam a organização das contas públicas e ampliam a capacidade de resposta do Estado frente às obrigações futuras”.
Citou como exemplo a antecipação de R$ 748 milhões ao Tribunal de Justiça, em ação para a quitação dos precatórios referentes a 2020 e 2021. E a recomposição do fundo de reserva dos depósitos judiciais, no valor de R$ 740 milhões, junto ao Banco do Brasil. Somente essas despesas extraordinárias somaram cerca de R$ 1,5 bilhão.