O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), disse que o Brasil vive uma subida consistente da inflação. Afirmou que o encarecimento da energia elétrica no País é o fator responsável por uma inflação acima da média de outros países. Ainda na avaliação dele, o Banco Central está mais adiantado que autoridades monetárias de outros países, que ainda terão que subir juros de forma mais intensa, como no caso do Federal Reserve, nos Estados Unidos.
A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2022 subiu pela sexta semana consecutiva. A média das previsões para o IPCA, a inflação oficial do país, avançou para 5,56%, ante 5,50% na semana passada. Os números são do Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. Se confirmado, será o segundo ano de rompimento da meta de inflação (5%). A projeção de crescimento econômico para 2022 permaneceu estável, com alta de apenas 0,30% para o Produto Interno Bruto (PIB).
Enquanto isso…
O endividamento das famílias brasileiras cresceu 21% em 2021. A alta foi puxada por linhas de crédito mais caras, segundo um relatório da XP com base em dados do Banco Central. Com isso, o endividamento passou a consumir mais da metade da renda das famílias. De acordo com o relatório, os dois tipos de crédito mais caros foram o cartão de crédito (alta de 34% em relação a 2020) e o crédito consignado (37%). O estudo também destaca que a queda da renda dos núcleos familiares é um dos fatores que explicam o maior endividamento.
Já estudos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), braço institucional da ONU, destacam o cenário preocupante de endividamento no Brasil. Sete em cada dez famílias brasileiras se endividaram durante a pandemia, sendo que 43,2% delas não devem conseguir honrar os compromissos financeiros. Como consequência, a economia presenciará “variados desafios econômicos e sociais uma vez que muitas dessas pessoas poderão enfrentar dificuldades para se inserir ou permanecer no mercado consumidor”.