As vendas para a Black Friday, considerado o segundo melhor período do ano para o comércio, decepcionaram os comerciantes goianos. Não que faturaram menos que nos anos anteriores. Mas esperavam um resultado melhor do que o registrado na última semana de novembro. Agora os empresários apostam suas fichas nas vendas de fim de ano. Especialmente para o Natal, o melhor período do ano para o comércio.
Aliás, os comerciantes esperam que dezembro possa salvar todo o ano. É que, até setembro, as vendas em 2022 têm sido bem aquém do necessário para reaquecer o setor em Goiás. Segundo dados do IBGE, em setembro sofreu queda de 0,6% na comparação com agosto deste ano. Foi a quinta retração do ano. E o comércio goiano acumula recuo de 0,2% em 2022 e de 1,8% em 12 meses.
O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio (Sindilojas), Cristiano Caixeta, diz que os primeiros números apontam para um aumento nas vendas na promoção da Black Friday deste ano. Contudo, em patamares menores que esperados. No caso de eletro-eletrônicos, a projeção era de crescimento de 20%. Só que as estimativas apontam para um incremento de 15%. “Os lojistas do ramo de vestuário estimam aumento de apenas 3% a 5%”, disse.
Inflação e endividamento
Alguns fatores explicam as vendas abaixo da expectativa neste ano. Em primeiro lugar a inflação, que aumentou os preços de quase todos os produtos e corroeu o poder de renda dos consumidores. Além disto, os juros mais altos neste ano tornaram o crediário mais caro. Em terceiro lugar o elevado endividamento das famílias. E tem também a Copa do Mundo, que no primeiro momento ajudou as vendas de alguns segmentos, como eletrônicos e roupas, no final de novembro teve impacto, com menor movimento de consumidores nas lojas.
No Brasil, no dia da Black Friday (24/11), o comércio eletrônico registrou queda de 14% no faturamento. Uma semana antes da Black Friday, período em que os varejistas antecipam promoções, as vendas subiram 6,7%. Ou seja: o consumidor brasileiro pode ter antecipado as compras. Os dados são da Linx, do segmento de software para varejo, com base em mais de 2,8 mil grandes varejistas e marketplaces no País.
No comércio on-line, as vendas no dia 25 ficaram abaixo das realizadas em 2021 em termos de volume. Porém, foi registrado tíquete médio 46% maior que no ano anterior (os preços maiores explicam boa parte disto).