O Observatório Covid-19, elaborado pela Fiocruz, mostra a tendência de queda nas mortes pela doença, ainda que a média de infecções esteja num platô elevado. Para os pesquisadores, a redução na letalidade já pode ser um reflexo dos esforços de vacinação. O relatório apontou também melhora na taxa de ocupação de leitos em UTIs por adultos na rede pública. Dez estados apresentaram quedas de pelo menos cinco pontos percentuais no índice.
Ontem o Brasil registrou 1.943 mortes por Covid-19, elevando o total a 520.189 desde o início da pandemia. A média móvel de 1.558 óbitos em sete dias foi 24% menor que a de duas semanas atrás, completando o quinto dia seguido de tendência de queda.
Mais vacinas à caminho
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou ontem um novo contrato com a AstraZeneca para fornecimento de insumo farmacêutico ativo (IFA) para produzir mais 70 milhões de doses de vacina. O material garante a produção até outubro, quando a fundação deve começar a entrega de vacinas a partir de IFA já produzido no Brasil.
A notícia é ainda melhor porque a AstraZeneca foi uma das quatro vacinas – junto às da Pfizer, da Moderna e da Janssen – analisadas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) em relação à temida variante delta, identificada primeiro na Índia. A conclusão foi que todas elas são eficazes contra essa cepa com a aplicação de duas doses – no caso da Janssen, a imunização se dá na dose única.
Mas tem um alerta vindo da Europa: mesmo com a eficácia das vacinas, a variante delta é tida como responsável pela alta de 10% nos casos de Covid-19 no continente nos últimos sete dias, após duas semanas de queda. Segundo a OMS, o novo pico de infecções foi provocado pela retomada de atividades sem que a maioria das pessoas estivesse completamente imunizada.