Um dos pontos de tensão entre o governo federal e os militares foi desfeito nesta terça-feira (24/1). O novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, decidiu barrar a nomeação do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid para a chefia do 1º Batalhão de Ações e Comandos, uma unidade de elite sediada em Goiânia, prevista para março.
Cid foi ajudante de ordens e responsável por movimentações financeiras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que tornou alvo de uma investigação em andamento no STF. Numa reunião, Paiva convenceu o tenente-coronel que assumir esse comando agora seria politicamente desfavorável para o Exército. A recusa em sustar a designação de Cid foi um dos motivos da exoneração pelo presidente Lula do ex-comandante Júlio Cesar Arruda.
Quem está mudando de posto é o tenente-coronel Jorge Paulo Fernandes da Hora, comandante do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), que apareceu em vídeos discutindo com PMs durante a invasão terrorista ao Palácio do Planalto no dia 8. Hora responde a um inquérito policial-militar (IPM), acusado de ter tentado impedir a prisão dos invasores. Ele será realocado para cargo no Estado-Maior do Comando Militar do Planalto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o discurso na 7ª cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, para agradecer aos governos da região pelo apoio diante da intentona bolsonarista do dia 8 de janeiro. “Quero aqui aproveitar para agradecer a todos que se perfilaram em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política”, disse.
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