Ao defender a reforma ministerial que vai promover nos próximos dias, que inclui a entrega da Casa Civil para o Progressistas do senador Ciro Nogueira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ele mesmo faz parte do bloco de partidos conhecido pelo fisiologismo e atacado por seus apoiadores. “Centrão é um nome pejorativo. Eu sou do Centrão, eu fui do PP metade do meu tempo, fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PPB. O PP, lá atrás, foi extinto. Depois, nasceu novamente da fusão do PDS com o PPB, se não me engano”, disse hoje em entrevista à Rádio Banda B de Curitiba, lembrando sua inconstante trajetória partidária.
“Nós temos 513 parlamentares. O tal Centrão, que o chamam pejorativamente disso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do Alckmin e ficou, então, rotulado Centrão como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver, eu nasci de lá”, defendeu. Não era o que ele e seus aliados falavam até pouco tempo atrás, quando comparavam o Centrão com uma quadrilha.
Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro gravou vídeos em que critica governos anteriores que compunham politicamente com o bloco. “Qual é a nossa proposta? É indicar as pessoas certas para os ministérios certos. Por isto nós não integramos o Centrão e tampouco estamos na esquerda de sempre. Vamos escalar as pessoas certas, porque assim você poderá de verdade ter saúde, educação e segurança”.