Com um histórico de raríssimas manifestações de pesar pela morte de personalidades brasileiras, independentemente da área de atuação, o presidente Jair Bolsonaro assinou hoje decreto declarando luto oficial de um dia em todo País pela morte do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho. Considerado um dos gurus do bolsonarismo mais radical, Olavo morreu na noite de ontem, nos Estados Unidos, possivelmente em decorrência da Covid-19. A informação foi confirmada por uma filha, mas não é oficial. Olavo dizia que a pandemia era uma farsa para acovardar a população.
O polêmico astrólogo, que logo virou professor e se dizia filósofo, teve uma relação conturbada com Bolsonaro. No início do mandato presidencial, chegou a influenciar a indicação de ministros de pastas importantes, como a Educação e Relações Exteriores. Era uma espécie de fiador intelectual do bolsonarismo, ainda que não tivesse nenhum título acadêmico para lustrar sua biografia.
Depois se afastou aos poucos de Bolsonaro e chegou a declarar recentemente que o projeto político dos presidente havia fracassado e ele seria derrotado nas eleições deste ano. Olavo se afastou do presidente quando a ala militar e membros da chamada “política tradicional” começaram a ganhar poder na gestão. Olavo chegou a chamar Bolsonaro de “covarde” e negar que tivesse relação pessoal com o presidente.