O ex-presidente Jair Bolsonaro desmentiu as falas do hacker Walter Delgatti à CPMI do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (17/8). Mas confirmou ter se encontrado com ele para conversar sobre as urnas eletrônicas e pedido a Delgatti que falasse com os militares que integravam a comissão eleitoral do TSE.
Entretanto, negou que tenha o instruído a assumir a autoria por um suposto grampo sobre o ministro Alexandre de Moraes (STF). “Tem fantasia aí”, afirmou Bolsonaro. Ele disse também que não pegou “dinheiro de ninguém”. “Eu não peguei dinheiro de ninguém. Minha marca é a honestidade e sempre será. Contra mim, não tem absolutamente nada. Não há nada de concreto contra mim. O tempo vai mostrar tudo”, falou.
A defesa do ex-presidente afirmou que vai apresentar uma queixa-crime contra o hacker, alegando que ele “apresentou informações e alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova, inclusive cometendo, em tese, o crime de calúnia”.
Questionado sobre a prisão de Cid, Bolsonaro respondeu: “Acredito que o Cid esteja preocupado com o pai dele. Soube que tanto o pai como a mãe estão deprimidos. Ele já está preso há mais de 100 dias. Quem não fica abalado? É triste isso. Eu lamento tudo o que está acontecendo”.
Tratamento especial
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que o Brasil precisa de uma lei que proteja ex-presidentes. A declaração foi em referência às acusações feitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias. “A gente tem de ter uma legislação que não proteja nada de errado, mas que dê uma certa qualidade de vida para qualquer ex-presidente quando deixe a Presidência da República. É assim nos Estados Unidos e nos países mais civilizados”, afirmou.
Quando questionado sobre como seria essa legislação, o presidente da Câmara disse que não tem ideia. “Só acho que o tratamento [dado a Bolsonaro no caso das joias] não é o tratamento que seja dado à instituição presidente da República”, falou, citando problemas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT) tiveram.