O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu desta forma nesta sexta-feira (30/6) após a decisão do TSE de torna-lo inelegível até 2030: “Não estou morto”. E já avisou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Ele cumpre desde ontem agenda do partido em Belo Horizonte.
Em entrevista coletiva, Bolsonaro afirmou que “acredita ser sido a primeira condenação por abuso de poder político” e se tratar de um “crime sem corrupção”. Alegou, ainda, que o TSE “trabalhou contra as suas propostas” e que ele, durante o mandato, respeitou a Constituição, “muitas vezes a contra gosto”.
Comparou a decisão do TSE à facada que levou na campanha eleitoral de 2018. “Tentaram me matar aqui em Juiz de Fora há pouco tempo, levei uma facada na barriga. Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder politico”, disse.
Críticas ao TSE
Bolsonaro citou alguns episódios de derrotas de sua campanha no TSE para criticar “a forma como o Tribunal agiu” durante as eleições. O ex-presidente criticou ainda a postura do Tribunal, alegando que foi proibido de “até de fazer lives” da casa dele. Na ocasião, o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.
O ministro do TSE entendeu que Bolsonaro estava “utilizando-se de bens e serviços públicos a que somente tem acesso em função de seu cargo” para fins eleitorais. O ex-presidente citou também quando o TSE o proibiu de “mostrar imagem do Lula no Morro, do CPX”.
Jair Bolsonaro ainda citou que o Tribunal o proibiu de “mostrar imagem do Lula dizendo que pode roubar um celular, que é pra tomar uma cervejinha”. Na ocasião, ficou comprovado se tratar de uma montagem.
Caso Dilma
O ex-presidente avaliou que foi julgado pelo “conjunto da obra” e não somente pela reunião com os embaixadores, origem da ação movida pelo PDT que o levou a inelegibilidade. Disse que, no julgamento dele, “modificou-se a jurisprudência” com relação ao julgamento da chapa Dilma-Temer, em 2017, quando o Tribunal não aceitou outras cinco infrações que não estavam no pedido inicial do PSDB, que moveu a ação.
Bolsonaro afirmou que vai consultar seus advogados sobre o recurso no STF, onde também manteve uma relação conturbada e de conflito quando esteve na Presidência da República. “Meu recurso é no Supremo Tribunal Federal, né?”, ironizou.