O presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve duas vitórias importantes no Congresso Nacional, com perspectiva de reflexos na corrida eleitoral. Na primeira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que a temida CPI para investigar a corrupção durante a gestão de Milton Ribeiro no MEC será instalada, mas só começará a trabalhar após as eleições.
Ao mesmo tempo, Pacheco vai instalar uma CPI pedida por governistas para apurar obras inacabadas em escolas, creches e universidades durante governos petistas.
A oposição ameaça recorrer ao STF para forçar o início das investigações. Os parlamentares afirmam que a situação é semelhante à da CPI da Pandemia, instalada por Pacheco somente após determinação do tribunal.
Embora reconheçam que a jurisprudência se aplica, juristas avaliam que a proximidade das eleições e as tensões entre o Palácio do Planalto e o Judiciário possam levar o STF a não se envolver nessa disputa.
No governo Bolsonaro, a decisão de Pacheco foi recebida com festa. O vice-presidente Hamilton Mourão disse que o adiamento das investigações foi “excelente” e “sábio”, opinião, claro, compartilhada por ministros.
Benefícios sociais
Na Câmara dos Deputados, Danilo Forte (UB-CE), relator da PEC que garante até o fim do ano auxílio a caminhoneiros e taxistas e aumenta o auxílio Brasil, desistiu de incluir motoristas de aplicativos e de retirar do texto a decretação do estado de emergência.
Se as mudanças tivessem entrado e sido aprovadas, a PEC teria de voltar ao Senado para mais duas votações, atrasando o início do pagamento desses benefícios. A ideia de Forte é que seu relatório seja votado até sexta-feira na comissão especial que analisa a proposta, mas a oposição promete obstruir.
Nos últimos dez dias de junho, o governo empenhou R$ 4,6 bilhões em emendas do orçamento secreto. Isso é mais da metade dos R$ 7,6 bilhões de tudo o que foi liberado até agora este ano.