A construtora goiana Borges Landeiro, em recuperação judicial dede 2017, tem nova diretoria: o engenheiro Leandro Borges Kazmirczak foi empossado neste mês como novo presidente, numa indicação do próprio fundador da empresa, Dejair José Borges, “uma vez que este possui vasta experiência como engenheiro civil e conhece profundamente o mercado em que a companhia está inserida”. Kazmirczak, que já atuava na empresa, substituiu Cássio de Sousa Lima na presidência, com salário de R$ 35 mil. O cargo de diretor técnico, com salário de R$ 17,5 mil, foi ocupado pelo engenheiro Marcelo Moura Veras.

A Borges Landeiro entrou em recuperação judicial, para evitar a falência, com dívidas (em 2017) de R$ 272 milhões. Vários clientes da empresa tinham e ainda têm ações na Justiça cobrando a entrega de imóveis adquiridos, muitos na planta. Com a recuperação judicial é paralisado o andamento de ações contra a empresa, que teve de apresentar um plano com cronograma de pagamento das suas dívidas.

Em novembro de 2019, a Borges Landeiro foi alvo da Operação Máfia das Falências, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás, que apontou a prática dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, e crimes falimentares relacionados ao procedimento de recuperação judicial do grupo. Foram bloqueados bens dos investigados até o montante de R$ 500 milhões.

O MP-GO requereu também que Dejair Borges informasse todo o acervo que compõe os bens imóveis, até mesmo com a apresentação dos registros das fazendas do grupo – em depoimento ao Gaeco, o empresário teria informado que o seu patrimônio atingia R$ 600 milhões. Em agosto do ano passado, o TJGO determinou o sequestro e bloqueio de bens dos denunciados. Em março deste ano, o TJGO concedeu mandado de segurança que impede a alienação antecipada de bens de Camila Landeiro Borges, filha de Dejair José Borges.