Em uma vitória da diplomacia brasileira e do governo Lula, o primeiro dia da cúpula de chefes de Estado do G20, no Rio de Janeiro, terminou com a aprovação de uma declaração final consensual. Após semanas de negociação, o texto finalizado na madrugada de domingo foi aceito com poucas mudanças.
Havia divergências em relação à taxação de grandes fortunas e a abordagem das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, por exemplo. A saída, nesse caso, foi citar os conflitos e a crise humanitária sem condenar Israel e Rússia.
Embora tenha resistido em diversos pontos, a delegação argentina cedeu e decidiu apoiar o documento. Mas o presidente Javier Milei deixou claro que discorda de trechos sobre taxação de grandes fortunas, desenvolvimento sustentável e igualdade de gênero.
Protagonismo de Lula
Na abertura da cúpula, Lula enfatizou o agravamento de crises globais, com aumento de guerras, extremos climáticos, fome e pobreza. Criticou o gasto mundial de US$ 2,4 trilhões em armamentos no ano passado, quando existiam 733 milhões de pessoas subnutridas no mundo, segundo dados da ONU para 2023.
Lula também aproveitou a ocasião para criticar indiretamente o governo de Jair Bolsonaro ao citar que o Brasil voltou ao mapa da fome das Nações Unidas na gestão passada e afirmou que vai tirar o país dessa condição até 2026. O presidente disse que o retorno do país ao mapa se deu “em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social”.