O Banco Regional de Brasília (BRB) anunciou a aquisição de 58% do capital do Banco Master por aproximadamente R$ 2 bilhões, em operação que mobilizou o mercado financeiro devido à situação do Master.
O banco enfrentava críticas por seu modelo de negócios: pagava até 140% do CDI em CDBs e mantinha exposição a precatórios e empresas problemáticas. Seus depósitos somavam cerca de R$ 50 bilhões em 2023 – quase metade da liquidez do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
A transação com o BRB ainda aguarda aprovação regulatória. Além de 58% do capital total, o BRB ficará com 49% das ações ordinárias.
Prática duvidosa
O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, disse que não repetirá a estratégia de venda do Master de CDBs com a propaganda do FGC. A prática era alvo de críticas dos grandes bancos e estava na mira do BC – que tem até 360 dias para analisar a operação.
Ficaram fora do negócio ativos de maior risco do Master, como precatórios, direitos creditórios de ações judiciais e ações de empresas. Cálculo preliminar aponta que esses ativos somam R$ 23 bilhões, mas o número pode aumentar.
Segundo fontes do jornal O Globo, o BC não deve aprovar a compra. Executivos, autoridades do setor financeiro e investidores se mostraram preocupados com a situação da instituição e com o fato de o comprador ser um banco público.