O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) deu neste sábado (26/3) o pontapé para a sua pré-campanha à reeleição. Promoveu, em Jaraguá, o primeiro ato público do seu grupo político. Até então, estava envolvido mais em articulações internas para reforçar a sua aliança grupo e, claro, enfraquecer as dos potenciais adversários (leia mais aqui).
É uma estratégia muito enfatizada pelo “A Arte da Guerra”, do general-estrategista Sun Tzu. Nele, ensina: mesmo que o seu exército seja maior e mais poderoso, nunca subestime os dos seus adversários. Primeiro, mine as forças internas e potenciais aliados dos seus inimigos. Depois, mostre a força e o poder do seu exército para desencoraja-los. E, quando for o momento certo, vá para o combate de forma impiedosa.
Embora ainda não tenha concluído a primeira parte, porque algumas articulações partidárias estão em curso, o governador avaliou que chegou a hora de mostrar o tamanho do seu “exército”. Até então, quem vinha se movimentando (pré-campanha) eram seus dois potenciais adversários. Especialmente, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que também realizou um encontro no sábado (leia aqui).
Já o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) tem encontrado dificuldades para avançar, por estar envolvido com a construção de uma aliança que dê sustentação para a sua pré-candidatura.
Foco no inimigo
O primeiro encontro da pré-campanha de Caiado contou com a presença de 116 prefeitos, muitos deputados federais e estaduais e diversas lideranças regionais e municipais. O fato mais destacado pelos caiadistas foi a presença de ex-marconistas no encontro, como a ex-senadora Lúcia Vânia, o ex-prefeito Jânio Darrot e alguns prefeitos do PSDB (de Palmeiras de Goiás e Iporá, por exemplo).
O foco principal de Caiado estava mesmo em Marconi Perillo: “Encerrarei o meu primeiro mandato de cabeça erguida. Não vou me mudar de Goiás. Vou continuar pelas ruas de cada cidade do Estado. Não vou colocar a culpa em outro governador para dizer que não arrumei emprego aqui”, provocou no discurso.
A estratégia palaciana é enfraquecer o adversário (tirando o maior número de aliados dele) e mostrar o poder da sua aliança. Aliás, foi algo muito usado nas campanhas passadas por Marconi, quando era governador. O tucano chegou a reunir para a sua campanha de 2014, que o reelegeu pela segunda vez, quase 200 prefeitos goianos.
Ter o maior número de prefeitos, parlamentares e lideranças políticas em torno da sua campanha mostra força. Muita força. É um exército atuando em todos os flancos. Todos com interesse na vitória do grupo, porque também miram suas próprias candidaturas para este ano e projetos para as próximas eleições. Mas, embora ter um exército grande seja um fator importante, não é determinante para a vitória.
Ronaldo Caiado sabe que não pode dar qualquer espaço para um crescimento dos adversários. Para evitar que eles fiquem encorajados e, principalmente, para não sinalizar aos eleitores que possa ter alguns pontos fracos. Como ensina o general Sun Tzu, uma guerra é ganha com exército forte (em número e poderio) e engajado, com aliados importantes, com estratégias certas (como confundir e minar adversários) e com uma campanha avassaladora, sem dar margem para reação dos inimigos.