O governador Ronaldo Caiado (UB) passou a ter quatro pré-candidatos a senador no palanque da sua pré-campanha eleitoral: Alexandre Baldy (PP), Delegado Waldir (UB), Lissauer Vieira (PSD) e Zacharias Calil (UB). No último sábado, por exemplo, no encontro dos partidos que apoiam a sua reeleição, realizado em Trindade, os quatro estiveram presentes. E discursaram.
Tido como o nome preferencial hoje no Palácio das Esmeraldas, Lissauer Vieira aumentou o tom das críticas em relação aos governos do PSDB. De quem, aliás, era aliado até 2018. O presidente da Assembleia Legislativa disse que “Goiás antes era um Estado falido, quebrado, sem credibilidade a nível nacional” e que “estava estampado nas páginas de jornais com escândalos de corrupção”. E concluiu: “Caiado arregaçou as mangas e trabalhou incansavelmente para virar essa página”.
O presidente estadual do PP, Alexandre Baldy, não chegou a criticar os governos tucanos. De quem, aliás, começou sua carreira política ao ser secretário estadual. Mas, enalteceu a gestão de Caiado e afirmou que este é o “momento de se unir pelo bem de Goiás, para o bem dos goianos”. O deputado-médico Zacharias Calil destacou as ações do governo na área da saúde pública e o deputado-delegado Waldir Soares na área da segurança pública. “O bandido está até hoje correndo de Goiás”, enfatizou este.
Critérios e potencial
Se pesquisas eleitorais forem o principal critério para definir quem vai ocupar a vaga ao Senado na chapa de Caiado, hoje o Delegado Waldir leva a melhor. Mas, nem mesmo ele acredita muito nesta possibilidade e tenta se cacifar no próprio partido para uma candidatura avulsa. Com pouca intenção de votos para senador e sendo do mesmo partido do governador, as chances de Zacharias para ocupar a vaga na chapa caiadista é ainda menor.
A disputa pela vaga, portanto, estaria neste momento mais entre Baldy e Lissauer. Cada um busca apresentar as suas principais credenciais. O pepista se apresenta como forte articulador político em Brasília, tendo o apoio dos caciques do Centrão, que apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). O pessedista como forte articulador no meio político e no agronegócio goiano, redutos eleitorais tidos como importantes e estratégicos para os caiadistas.
É improvável que o governador Caiado vá para a campanha eleitoral com dois ou mais candidatos ao Senado, sendo um oficial (na chapa) e os demais avulsos. Até porque isso poderá favorecer a eleição de um adversário, ainda mais se ele for o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Que ainda pode decidir por uma candidatura a senador, algo não descartado no ninho tucano. É uma decisão na base governista que pode ser tomada apenas no final do prazo das convenções partidárias, na primeira semana de agosto.