A oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB) tem se reduzido a cada dia em Goiás. Ainda mais depois que o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota), que ficou em segundo lugar na eleição do ano passado para o governo de Goiás, praticamente já selou aliança com Caiado. Tanto, que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) tem ganhado holofotes como principal opositor ao atual governo. E com a ajuda do próprio Caiado. Os dois trocaram novamente farpas nesta semana pela imprensa, a partir da decisão do Ministério Público de Goiás de arquivar ação contra o tucano por suposto favorecimento em incentivo fiscal concedido à JBS em 2014.
O governador Caiado criticou nesta terça-feira (16/5) a decisão e chamou de “triste e frustrante” o arquivamento do processo. “Me deu muita tristeza porque eu soube que o promotor não viu indícios no perdão de 1 bilhão de reais daquele escândalo da JBS. Isso realmente me entristeceu muito porque o Estado de Goiás perdeu R$ 1 bilhão numa lei que durou três dias. É algo que faz com que a população fique imaginando: ‘Meu Deus, para onde está indo o dinheiro público?’, afirmou. Caiado ainda afirmou ter “alergia a bandido e corrupto” e disse que moralizou a Saneago, afastando a estatal de escândalos.
Resposta
Marconi Perillo retrucou nesta quarta-feira (17/5). Em nota, o tucano acusou o governo Caiado de varrer “escândalos para debaixo do tapete”. “Às vezes acho uma perda de tempo responder as provocações de Caiado. Até porque tenho alergia e nojo a demagogos falso-moralistas. Ele é incompetente, déspota, truculento e retrógrado. Um copiador barato. Queria ver esse verdugo ser submetido às investigações a que fui submetido sem encontrarem absolutamente nada. O governo dele, coalhado de escândalos varridos pra debaixo do tapete, ainda será investigado. A hora dele ainda vai chegar, pela justiça dos homens ou de Deus”, disse o ex-governador e presidente estadual do PSDB.
Ou seja: nesta nova batalha entre Ronaldo Caiado e Marconi Perillo, com acusações e críticas requentadas, melhor neste momento para o tucano, que ainda busca se recuperar politicamente das duas derrotas eleitorais consecutivas (2018 e 2022).
A decisão do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) de desistir da ação contra o ex-governador partiu de entendimento do promotor Astúlio Gonçalves de Souza, que assumiu ação apresentada em 2019 pela promotora Leila Maria de Oliveira. Originalmente, a promotora apontava beneficiamento do governo estadual, com participação direta de Marconi Perillo, no perdão de dívidas relativas a quase R$ 1 bilhão. O promotor entendeu que não há elementos suficientes para apontar o cometimento de improbidade. Além disso, afirma que a legislação não permite ajuizamento de ação para controle de políticas públicas. Em 2014, quatro filiais do grupo JBS tiveram perdão de 100% dos valores correspondentes a juros, mora e atualização monetária decorrente de dívidas de ICMS.
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