As convenções partidárias desta sexta-feira (5/8) definiram as candidaturas ao governo de Goiás e ao Senado e suas alianças. O cenário aponta para uma possível polarização entre o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota), mas ainda é cedo para afirmar se haverá segundo turno no Estado.
Tudo vai depender de como o eleitorado de Marconi Perillo (PSDB), que decidiu ser candidato ao Senado, vai migrar o seu voto e do desempenho na campanha de Mendanha e dos demais candidatos da oposição, especialmente Vitor Hugo (PL) e Wolmir Amado (PT).
Ronaldo Caiado fechou aliança com 11 partidos. São eles: UB (a sua legenda), MDB, PP, PSD, Solidariedade, PDT, PTB, PSC, Avante, Podemos e PRTB. É um partido a menos que a coligação que o elegeu governador em 2018, lembrando que DEM e PSL (que estavam na coligação anterior) se fundiram e criaram o União Brasil.
Mas, há uma importante diferença: os novos aliados de Caiado são partidos de maior porte, como o MDB de Daniel Vilela, vice na chapa do governador. Isto garante maior militância, maior tempo no horário eleitoral (TV e rádio) e maior número de candidatos a deputados federais e estaduais. Além disso, o governador tem a máquina do Estado nas mãos, o apoio da maioria dos prefeitos goianos e lidera com boa vantagem as pesquisas de intenção de votos.
Segundo colocado
O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia não conseguiu avançar muito nas alianças. Tanto que o seu vice, o ex-deputado Heuler Cruvinel, é do mesmo partido. E isto deverá lhe fazer falta na campanha. Além do Patriota, tem na coligação o Republicanos, o Democracia Cristã (DC), Agir 36, Mais Brasil 35 e Mobiliza. Há possibilidade de ter também o Pros, que tem enfrentado nos últimos dias trocas no comando do diretório estadual em uma guerra interna travada na Justiça. Nesta sexta-feira (5/8), o novo grupo que assumiu o partido com força de liminar judicial declarou apoio para Mendanha.
Apesar disto, a maioria dos partidos em torno do candidato do Patriotas é de pequeno porte, com exceção do Republicanos. Que, convém frisar, está dividido. Muitas das suas lideranças vão apoiar Ronaldo Caiado, como o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz.
A grande aposta de Mendanha é haver um segundo turno em Goiás. Como ele disse hoje na sua convenção, nesta fase o jogo fica equilibrado, com cada candidato tendo 50% do horário eleitoral. Mas, para isto, além dele precisar crescer nas pesquisas (e nas intenções de votos), o ajudará muito se outros da oposição também crescerem.
E mais: também será importante Mendanha chegar num segundo turno sem estar em grande desvantagem para Caiado. O melhor cenário para o candidato é ele crescer e o governador não avançar. Dependerá muito da sua campanha e das dos outros candidatos da oposição.
Falando nisto…
O candidato Vitor Hugo (PL) não conseguiu avançar nada em alianças. Vai de chapa pura para a campanha e muito dependente da força do presidente Jair Bolsonaro (PL). A sua vice é a pastora Keila Borges, do PL. O candidato ao Senado é o empresário Wilder Moraes, também do PL. Portanto, Vitor Hugo terá pouco tempo no horário eleitoral e quase nenhum grupo político expressivo o apoiando.
Mas, não se pode subestimar a força do bolsonarismo no Estado. Não que Vitor Hugo tenha hoje alguma chance de ir para o segundo turno, no cenário de hoje. Entretanto, pode crescer o suficiente para provocá-lo no Estado.
É uma situação semelhante à do candidato a governador do PT em Goiás, Wolmir Amado. A sua coligação é até maior, pois tem o PSB na vice (o advogado Fernando Tibúrcio) e o PCdoB para o Senado (a ex-deputada Denise Carvalho). Deve ter o segundo maior tempo no horário eleitoral. Mas, ainda assim, a expectativa em torno de uma candidatura petista ao governo de Goiás não é grande. Tradicionalmente, o partido tem 10% dos votos válidos.
Os demais candidatos a governador serão coadjuvantes. Estão na eleição para marcar alguma posição ou para projetos eleitorais futuros. Dificilmente vão passar de 10% dos votos válidos. Somados.
Correção: diferentemente do que foi informado aqui inicialmente, a candidata a vice-governadora na chapa de Vitor Hugo será a pastora Keila Borges (PL) e não Izaura Cardoso, mulher do senador Vanderlan Cardoso (PSD). Já corrigimos o texto.