Considerada pela cúpula do PSDB um dos fatores que contribuíram para o naufrágio do partido em Goiás nas eleições de 2018, a operação Cash Delivery pode se tornar, mais uma vez, um problema eleitoral para os tucanos administrarem. É que a Justiça Federal aceitou a denúncia do Ministério Público Federal, que investiga suspeitas de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, e a perspectiva é de que a ação tenha andamento na Justiça no ano que vem. O noticiário desta natureza, evidentemente, não é positivo para quem está numa vitrine eleitoral.
A operação apura supostos pagamentos da Odebrecht ao ex-governador Marconi Perillo e ao ex-presidente da Agetop Jayme Rincón e tem como base delações de ex-diretores da empresa. Marconi deve disputar mandato de deputado federal no próximo ano. Em agosto, a Justiça Eleitoral arquivou a denúncia, por entender que ela não haveria comprovação do seu viés eleitoral.
Ao jornal O Popular, a defesa de Marconi disse que o ato da Justiça Federal faz parte do trâmite processual e que haverá agora uma análise mais detalhada da denúncia. “Após a reforma processual penal a denúncia é recebida duas vezes. Na primeira o juiz analisa superficialmente e na segunda, com os argumentos da defesa, ela é novamente analisada. Neste caso, houve o primeiro recebimento, ato formal, sem carga decisória”, afirma em nota o advogado Luis Alexandre Rassi. Jayme Rincón afirma que a investigação se deu unicamente com base em delações e que os investigadores não encontraram provas para sustentar a ação.