Tudo indica que os vereadores da base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) na Câmara de Goiânia devem ter o controle da CEI da Comurg. Se confirmar, trata-se de uma derrota para o presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), que tem articulado e liderado a oposição na Casa ao Rogério Cruz. O líder do prefeito, vereador Anselmo Pereira (MDB), afirmou nesta quinta-feira (9/3) que foram formados três blocos da base, além de outro do MDB, para indicar integrantes da Comissão. Além de participar também de futuras discussões do Legislativo.
Os três blocos são: Independência (composto pelos vereadores do PP, PDT, Agir, PSB e Avante); Ordem (Avante, Democracia Cristã e Cidadania); e Liberdade (Podemos, Republicanos, União Brasil e Patriota). Com isso, segundo Anselmo, a base do prefeito garantirá maioria na composição da CEI. Outros dois blocos também foram confirmados: Vanguarda (Solidariedade, Podemos, União Brasil, PL, PTC, PSC e PSDB), sendo que boa parte de seus vereadores apoia o prefeito; e o Goiânia Transparente (PSD e PMB).
O propositor da CEI, vereador Ronilson Reis (PMB), declarou não estar preocupado com maioria obtida pela base. De acordo com ele, investigações ocorrerão de qualquer maneira. “Vamos apresentar requerimentos e depoimentos e eles terão que aprovar. O trabalho será feito”, afirmou, O seu grupo, minoritário na Casa, o indicou para a presidência da CEI da Comurg. A expectativa, segundo o vereador, é de iniciar os trabalhos na próxima semana. A primeira atividade será a escolha do presidente e do relator.
Nova denúncia
Na sessão de quarta-feira (8/3), Romário Policarpo (Patriota) denunciou pagamentos da Prefeitura de Goiânia para a Comurg, da ordem de R$ 8 milhões, por obras e serviços não realizados. Estariam previstos em um contrato entre a Companhia e a Secretaria de Relações Institucionais, firmado em 2021. Segundo Policarpo, as obras e serviços estavam previstos em emendas impositivas, aprovadas em 2020. As emendas impositivas são a parte do orçamento municipal, em que os vereadores apontam a aplicação dos recursos. Para Romário, a situação caracteriza crime de improbidade administrativa.
O presidente explicou ainda que contrato semelhante, para a execução de emendas aprovadas em 2022, também foi firmado entre prefeitura e Comurg. Contou que pediu um levantamento dos projetos ao Paço e que uma equipe de seu gabinete está percorrendo os locais para verificar se as obras e serviços estão sendo executados. Policarpo disse que vai apresentar toda a documentação sobre os dois contratos aos vereadores e à imprensa e que há também suspeita de que os trabalhos, quando executados, não seguem os projetos.
Saiba mais: Rogério Cruz tenta consolidar a sua base na Câmara