Neste domingo (19/6), o senador e ex-prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, de 62 anos, foi eleito presidente da Colômbia. É o primeiro político de esquerda colombiana eleito para o cargo. Foi apertado. Ele obteve 50,4% dos votos, vencendo o empresário conservador Rodolfo Hernández, que, embora fosse ex-prefeito da cidade de Bucaramanga, apresentava-se como um outsider da política.
Na década de 1980 o presidente eleito integrou o grupo guerrilheiro M-19, até ser preso em 1985. Em 1990, participou da transformação da guerrilha em partido político e foi eleito deputado no ano seguinte. Essa é a terceira vez que tenta a presidência. A eleição é inédita também por levar ao poder, como vice, a primeira mulher negra na história do país, a advogada e ativista dos direitos humanos Francia Marquez.
A mensagem colombiana corrobora uma tendência consistente na América Latina moderna: está cada vez mais duro ser governo. Na Argentina, Mauricio Macri perdeu a reeleição porque seu governo era mais desaprovado que aprovado. Vale ressaltar que o argentino melhorou sua popularidade durante a campanha, mas não foi suficiente.
Na Bolívia, o governo provisório, amplamente mal avaliado, amargou uma derrota. No Peru, dois candidatos amplamente (Pedro Castillo e Keiko Fujimori) contrários ao presidente em exercício foram ao segundo turno. Recentemente no Chile, o ex-líder estudantil e esquerdista Gabriel Boric, é claramente contrário ao ex-mandatário Sebastian Piñera.