O período, daqui em diante, será de decantação de pré-candidaturas para presidente da República e também para o governo de Goiás. Ou seja: separar os nomes que têm viabilidade dos que estão no jogo com pouca chance de serem confirmados nas convenções partidárias, que vão acontecer no final de julho e início de agosto. No cenário nacional, duas pré-candidaturas a presidente já evaporaram: do ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) e do ex-governador paulista João Doria (PSDB). Em Goiás, o ex-governador José Eliton (PSB) também saiu do páreo.
Vários fatores influenciam para a desistência de pré-candidaturas. Os principais são viabilidade eleitoral (pesquisas), potencial de aliança e interesses dos partidos. O ex-juiz Sérgio Moro, por exemplo, avaliou que no Podemos (onde foi lançamento para presidente) não teria condições financeiras, nem alianças suficientes para viabilizar seu projeto eleitoral. Embora fosse o melhor nome da terceira via nas pesquisas eleitorais. Mudou para o União Brasil, mas lá sua pré-candidatura a presidente foi sepultada, porque não havia na cúpula do partido decisão de bancá-la por conta de interesses regionais diferentes.
O ex-governador João Doria jogou a toalha depois de perceber que sua pré-candidatura presidencial não tinha mais apoio nem da cúpula do PSDB. Motivo: nunca deslanchou nas pesquisas eleitorais. Os tucanos ainda têm a alternativa do ex-governador gaúcho Eduardo Leite para assumir essa candidatura, embora também sua intenção de votos seja pífia nas pesquisas, o mais provável é PSDB não lançar nenhum nome para a eleição presidencial, algo inédito desde a fundação do partido, há três décadas.
Outros nomes já tinham sido decantados para a eleição presidencial: o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o ex-deputado Cabo Daciolo, o jornalista José Luiz Datena, o empresário João Amoêdo e os senadores Rodrigo Pacheco e Alessandro Vieira.
Desistência em Goiás
Em Goiás, na semana passada José Eliton anunciou que desistia da pré-candidatura ao governo de Goiás. Em nota divulgada para a imprensa, justificou que a sua decisão foi por conta da indecisão do PT. Ele esperara ser cabeça de chapa de uma aliança da esquerda no Estado, que daria palanque para o ex-presidente Lula (PT). A indecisão petista tinha basicamente dois motivos: uma forte resistência no PT e em outros partidos da esquerda ao nome de Eliton e o seu baixo porcentual de intenção de votos nas últimas pesquisas eleitorais em Goiás. Os petistas devem ir de Wolmir Amado, ex-reitor da PUC/GO, para a eleição ao governo estadual. Avaliam que seu nome aglutinará mais partidos da esquerda ao palanque de Lula em Goiás.
Ainda existem muitas pré-candidaturas na praça.
Para presidente: Lula, Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Luciano Bivar (UB), André Janones (Avante), Eymael (DC), Felipe D´Avila (Novo), Leonardo Péricles (UP), Pablo Marçal (Pros), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU). Numa eleição muito polarizada entre Lula e Bolsonaro, há boas chances de serem confirmadas as candidaturas de Ciro Gomes e Simone Tebet. Os demais estão na zona de decantação. Se a metade sobreviver a este processo, será muito. E ainda assim serão coadjuvantes na campanha.
Para governador de Goiás: Ronaldo Caiado (UB), Gustavo Mendanha (Patriota), Marconi Perillo (PSDB), Vitor Hugo (PL), Wolmir Amado (PT), Edigar Diniz (Novo), Helga Martins (PCB) e Cíntia Dias (PSOL). O governador lidera todas as pesquisas eleitorais e ainda é imprevisível, com exceção de Mendanha, quem serão seus principais concorrentes. A depender das pesquisas, o tucano Perillo pode decidir por uma candidatura ao Senado ou para a Câmara dos Deputados. O deputado Vitor Hugo ainda precisa viabilizar seu nome e Wolmir Amado sequer começou a fazer pré-campanha. Os demais, se passarem pela decantação, devem ter papel coadjuvante na campanha.