Em média os brasileiros comprometem 4,5% da sua geração de riqueza anual para o pagamento da conta de luz residencial. O valor é um dos mais altos do mundo. Para se ter uma ideia, os espanhóis têm uma média de 2,8% e os alemães de 1,7%. Na América Latina, o país fica na frente de economias emergentes, como o Chile (2,6%) e a Costa Rica com (2,7%).
Os dados foram apurados e divulgados pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace). A entidade considerou as tarifas residenciais de 2022, consolidadas no serviço de dados da Agência Internacional de Energia e o PIB dividido pelo número de habitantes, calculado para o mesmo ano pelo Fundo Monetário Internacional.
Os brasileiros pagaram em média US$ 34 (R$ 176,50) em média por 200 KW/Hora no ano passado. Um valor parecido com o desembolsado pelos poloneses que foi de US$ 34,39 (R$ 178,50). Ocorre que a nossa renda per capita estava na faixa de US$ 9.000, enquanto no país do leste europeu era de US$ 18.000. Dentre os itens que deixam a conta de luz mais cara para os brasileiros em 2023 estão os tributos.
Para ilustrar ainda mais, na Turquia, cujo PIB é muito próximo ao do Brasil, a energia custou praticamente metade da brasileira, na casa de 2% da renda. A Abrace explica que o custo da tarifa sofre variação de acordo com as diferentes fontes de energia. A guerra da Ucrânia, por exemplo, inflacionou o preço do gás. Boa parte da energia brasileira vem das hidrelétricas, como no Canadá, que tem 60% da energia oriunda das hidrelétricas.