A Copa América em Goiânia já acabou e quase ninguém percebeu. Apesar das seleções do Brasil, da Argentina, da Colômbia, da Venezuela, do Paraguai, do Peru e do Equador terem disputado sete partidas no Estádio Olímpico, com alguns dos jogadores mais famosos do mundo, a repercussão (na imprensa e nas redes sociais) foi tímida. Nem mesmo a fase do mata-mata, pelas quartas de final, com o argentino Lionel Messi em campo, foi o suficiente para gerar maior repercussão dos jogos na capital goiana.
Dois motivos explicam. Primeiro, por conta da pandemia da Covid-19, os jogos foram realizados de portões fechados para o público. Isso já reduz, consideravelmente, o interesse de acompanhar os jogos. As restrições sanitárias também impediram que fãs dos jogadores e do futebol em geral acompanhassem a movimentação dos astros das seleções. Oportunidade de pedir autógrafo? Praticamente zero, somente para alguns poucos convidados VIPs. O que mais chamou a atenção do público foi a movimentação de policiais militares e federais, inclusive com uso de helicópteros, que faziam a segurança das seleções no traslado dos hotéis para o Estádio Olímpico.
O segundo fator, que não pode ser ignorado, é a pouca tradição da emissora SBT de transmitir campeonatos internacionais (e até mesmo nacionais) de futebol. Para piorar, das 28 partidas da Copa América, somente 11 foram e serão (a final no dia 10) transmitidas pela TV aberta. Desde 1989 o torneio era transmitido pela Rede Globo, que tem maior expertise na transmissão de campeonatos de futebol.
Vale lembrar que Goiânia recebeu os jogos da Copa América por decisão do governador Ronaldo Caiado (DEM), com o objetivo de agradar o presidente Jair Bolsonaro, que tomou a frente para trazer o torneio ao Brasil (muitos países descartaram sediar o campeonato por causa da pandemia). Especulou-se muito na época sobre os riscos de aumentar a propagação de contágios da Covid-19 nas capitais onde os jogos seriam realizados, com delegações vindas de vários países. Mas, felizmente, isso não se confirmou. Até porque o Brasil já estava no auge da segunda onda da pandemia.
A propósito: a final da Copa América será disputada entre Brasil e Argentina no próximo dia 10, no Maracanã. Talvez, com essa eterna rivalidade em campo, o interesse dos goianos pelo jogo será maior.