A imunização de crianças entre cinco e 11 anos vai começar na segunda quinzena de janeiro, um mês depois de autorizada pela Anvisa. O ministro Marcelo Queiroga (Saúde) disse ontem (03/01) que esse é o prazo para a chegada das vacinas da Pfizer para esse público, embora a faixa etária ainda não tenha sido incluída no Plano Nacional de Imunização. Segundo os governadores, 90% dos municípios têm condições de botar agulha no braço das crianças até 48 horas após a chegada das vacinas. Aliás, pelo menos 19 Estados (incluindo Goiás) e o Distrito Federal já avisaram que vão ignorar a ideia de Queiroga (e do presidente Jair Bolsonaro) de exigir prescrição médica para a imunização infantil.
A estimativa é que uma primeira leva de um milhão de doses da vacina pediátrica da Pfizer chegue no dia 10, com mais 4 milhões até o fim do mês. Não há um cronograma fechado, mas a farmacêutica americana prevê entregar 20 milhões de doses desse imunizante no primeiro trimestre, o que seria suficiente para uma aplicação em quase toda população entre cinco e 11 anos, estimada em 20,4 milhões pelo IBGE.
Pelo menos três estados – Rio, São Paulo e Ceará – confirmaram casos de infecção simultânea por influenza (gripe) e covid-19, que já recebeu o apelido de “flurona”. Para os especialistas, essa dupla contaminação deve aumentar, uma vez que ambos os vírus são altamente transmissíveis e estão circulando ao mesmo tempo. A melhor forma de se prevenir é estar em dia com as vacinas e tomar precauções como o uso de máscaras. Entenda a diferença entre as duas doenças.
A variante ômicron, muito mais transmissível que a delta, fez a média móvel de casos de covid-19 no Brasil saltar 135% em duas semanas, uma tendência vista em praticamente todo o mundo. Como ela é menos letal e já há uma razoável cobertura vacinal, a média de mortes não acompanhou esse crescimento.
Cruzeiros e carnaval
Depois de muita infecção e polêmica, as companhias que operam cruzeiros marítimos no Brasil decidiram suspender as atividades até o próximo dia 21 – as embarcações que já estão no mar, porém, vão concluir seus itinerários. Com apoio de especialistas, a Anvisa já havia recomendado a suspensão da temporada de cruzeiros, apesar da reação das empresas. Na contramão, o ministro Gilson Machado (Turismo) defendeu o afrouxamento de regras para permitir a retomada dos cruzeiros. Para ele, as autoridades sanitárias deveriam levar em consideração as indicações de que a variante ômicron, responsável pela atual onda da covid-19, causa sintomas mais brandos.
Mas a polêmica da vez é o carnaval. Capitais como Salvador, Belo Horizonte e Fortaleza cancelaram até os desfiles de blocos, mantidos em São Paulo. No Rio, a associação de blocos se reúne hoje com a prefeitura para decidir a festa, sob pressão da Ambev, que patrocina a folia.
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