Há duas semanas, na CPI da Pandemia, o deputado Luiz Miranda acusou o presidente da República de ter sido informado de um esquema de desvio de dinheiro na compra de vacinas. Segundo Miranda, Jair Bolsonaro teria sinalizado na conversa que o responsável pela corrupção é o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). E nada foi feito. Ontem, oficialmente, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) enviou carta inquirindo Bolsonaro, cobrando resposta. “Somente Vossa Excelência pode retirar o peso terrível desta suspeição dos ombros deste experimentado político, o deputado Ricardo Barros”, escreveu.
A resposta de Bolsonaro veio ontem na sua tradicional live das quintas. “Caguei para a CPI. Não vou responder nada. São sete pessoas que não estão preocupadas com a verdade”. O problema de Bolsonaro é outro. Se compra uma briga com Barros e o demite, ameaça apoio do partido que é o núcleo duro do atual Centrão — o Progressistas. Se desmente Miranda, por outro lado, periga ser confrontado com a gravação que o deputado diz ter feito da conversa. Está numa encruzilhada.