A divulgação oficial nesta terça-feira (25/7) do manifesto em defesa da democracia organizado pela Faculdade de Direito da USP e assinado por 3 mil pessoas, incluindo banqueiros, economistas e personalidades de diversos setores, motivou entidades empresariais a se manifestarem. Porta-voz do manifesto, o ex-decano do STF Celso de Mello, defendeu uma reação da sociedade aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Fiesp informou que está organizando com sindicatos e organizações patronais um segundo manifesto, a ser divulgado no próximo dia 11 e que vai participar na mesma data de um ato organizado pela USP de apoio ao sistema eleitoral.
Quem subiu o tom foi o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin. Falando a juristas ontem (26/7), disse que a Corte vai “coibir a violência como arma política” e “enfrentar a desinformação como prática do caos”.
Reação governista
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, fez pouco da adesão de banqueiros ao documento da Faculdade de Direito. Segundo ele, os donos e executivos de bancos estão reclamando porque teriam perdido “R$ 40 bilhões por ano” com a implantação do PIX.
Já o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, que vinha fazendo coro às críticas de Bolsonaro ao TSE, mudou de tom na 15ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas, em Brasília. Afirmou ontem que o Brasil respeita a Carta Democrática Interamericana, que estabelece a promoção da democracia como obrigação dos governos da região.
No meio desse turbilhão, o procurador-geral da República, Augusto Aras, seguiu em sua estratégia de reagir aos assuntos do dia por meio de vídeos antigos, evitando críticas ao presidente Bolsonaro. Ele publicou ontem em seu canal no YouTube um vídeo no qual diz a congressistas que está atento a “movimentos violentos no Sete de Setembro”.
Na convenção do PL, no último domingo, o presidente conclamou seus apoiadores a irem às ruas no Dia da Independência.