A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a economia mundial deve crescer 5,6% em 2021 e 4,5% em 2022. Em relação ao PIB do Brasil, a estimativa da OCDE foi reduzida de 5,2% para 5% em 2021, e de 2,3% para 1,4% para 2022. O número ficou abaixo da média mundial, com risco de forte desaceleração no Brasil ano que vem. Além disso, a taxa para o país em 2022 é a menor entre os países do G20.

De acordo com o relatório da instituição, “a incerteza política prolongada e o aumento do risco fiscal podem minar a credibilidade das regras fiscais, desancorar as expectativas de inflação e reduzir o crescimento do investimento” no Brasil. A OCDE também destacou os gargalos de oferta, menor poder de compra e taxas de juros mais altas. No cenário global, o principal risco para as perspectivas econômicas é de que o atual salto da inflação se mostre mais longo e seja mais forte do que o atualmente esperado.

A alta global da inflação, aliás, é um tema central nesse relatório trimestral da OCDE. O documento nota que os preços do petróleo mais do que dobraram desde junho de 2020, período no qual a produção global ficou abaixo do nível de 2019. Um comportamento similar foi registrado para carvão, alguns metais e diversas commodities agrícolas e industriais. Em particular, os preços do gás e os custos de eletricidade dispararam, e o relatório dedica um boxe apenas a esse tema.

A OCDE também foi enfática ao dizer que a falha em garantir uma vacinação rápida e eficaz em todos os países está se revelando cara, e que a desigualdade na distribuição de imunizantes prejudica diretamente a economia mundial. A entidade afirma que a recuperação econômica continua, mas está se tornando cada vez mais desequilibrada. As estimativas não consideram a variante ômicron.