Com a revelação da fraude bilionária no INSS e a demissão do ministro Carlos Lupi, o PDT, tradicional aliado do presidente Lula e do PT, rachou. A bancada pedetista na Câmara anunciou seu rompimento com o Executivo.
Após uma longa reunião, da qual Lupi participou, os 17 deputados se declararam “independentes”. Horas depois, os três senadores do partido soltaram uma nota afirmando que continuam na base de apoio ao presidente Lula por terem afinidade com as políticas do governo.
Enquanto isso, um de seus principais líderes, o ex-ministro Ciro Gomes, reunia-se no Ceará com políticos bolsonaristas e deixava no ar a possibilidade de uma aliança local em 2026 contra o PT do governador Elmano de Freitas.
O PDT não deve abrir mão da candidatura ao governo do estado, mas Ciro, crítico ácido do governo Lula, destacou o deputado estadual bolsonarista Alcides Fernandes (PL), potencial candidato ao Senado, como “homem decente, como uma pessoa nova na política, homem de fé, homem de testemunho”.
Danos
Com os efeitos políticos do escândalo do INSS fermentando, o governo Lula busca estancar o dano de imagem por meio da devolução do dinheiro descontado irregularmente de pensões e aposentadorias.
A ideia é fazer o ressarcimento de uma única vez com recursos do Tesouro e depois cobrar a fatura das associações beneficiadas pela fraude. Para receber o dinheiro de volta, porém, o beneficiário teria de comprovar que não autorizou os descontos.