Em uma nova crise entre o Paço Municipal e os auditores fiscais de Goiânia, os servidores que têm funções chefia na administração entregaram hoje os cargos para o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). A carta foi assinada por 33 auditores com posições de comando na Secretaria de Finanças (Sefin). Somente Lucas Morais, que é atualmente secretário-executivo da pasta, não aderiu ao movimento. Ele está na Bahia, onde participa de um congresso.
A decisão foi tomada após uma série de crises na Sefin, que se agravou durante a discussão do novo Código Tributário e o reajuste do IPTU e teve como estopim a exoneração na última sexta-feira (06) do superintendente de Administração Tributária, João Cláudio Fernandes Alves. O próprio secretário de Finanças, Geraldo Lourenço, assumiu interinamente o cargo hoje.
João Cláudio se recusou a conceder uma entrevista à TV Anhanguera para falar sobre a demora do Paço Municipal para disponibilizar o simulador online para o cálculo do IPTU/ITU de 2022, conforme promessa do prefeito Rogério Cruz. Ele ficou sabendo que seria exonerado pelo telejornal, que comunicou nota emitida pela Prefeitura, e a decisão provocou indignação entre os colegas.
Mas o episódio evolvendo o superintendente de Administração Tributária foi somente um dos diversos problemas que têm colocado os auditores contra a administração municipal. Eles reclamam nos bastidores de ingerências políticas no trabalho que desempenham e da falta de transparência nas decisões da pasta. O secretário Geraldo Lourenço integra o grupo de auxiliares que veio de outros estados, por determinação do Republicanos, partido ligado à Igreja Universal, para ocupar os cargos mais estratégicos da gestão.
Na carta divulgada hoje, a categoria fala que a estrutura da Sefin está sucateada e que eles não conseguem dialogar com o secretário. Contam que tentavam desde o dia 26 de outubro uma audiência com o prefeito Rogério Cruz ou com o secretário de Governo, Arthur Bernardes, mas até hoje não obtiveram uma resposta.