Menos de um mês após chefiar operação que contou com buscas em endereços ligados ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni foi dispensado da função de chefe da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros do Distrito Federal. O afastamento, segundo revelou hoje o jornal O Globo, ocorreu na quarta-feira da semana passada e foi interpretado por membros da PF como retaliação ao trabalho de Perazzoni.
A operação que atingiu Salles apura se o ministro atuou em favor de madeireiros que exportaram matéria-prima de maneira ilegal. Apesar do afastamento, Perazzoni continua à frente dessas investigações. Não é a primeira vez que um membro da Polícia Federal é removido de uma função após investigar o titular do Meio Ambiente.
Apenas um dia após apresentar uma noticia-crime contra Salles no Supremo Tribunal Federal, em abril, o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi afastado desse posto e removido para Volta Redonda (RJ). Saraiva também investigava a atuação de Salles para proteger madeireiros e apontou a ocorrência dos crimes de advocacia administrativa e organização criminosa.