Após perder o mandato de senador na esteira das denúncias da Operação Monte Carlo, por causa da sua ligação com o contraventor Carlos Cachoeira, Demóstenes Torres transformou o limão em uma limonada e agora advoga para alvos da mesma operação. Desde que conseguiu absolvição das acusações, o ex-senador montou um prestigiado escritório de advocacia em Goiânia. No último dia 2, ele conseguiu no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) o restabelecimento da aposentadoria do desembargador Júlio César Cardoso de Brito, do Tribunal Regional do Trabalho da 18º Região (TRT-18). Brito havia sofrido condenação à pena de aposentadoria compulsória em processo administrativo disciplinar, instaurado a partir de fatos relacionados à Operação Monte Carlo.
O desembargador se tornou réu em ação de improbidade administrativa, mas a defesa alegou que ele foi condenado à perda da aposentadoria, após ser afastado compulsoriamente, antes da sentença de improbidade. Desta forma, segundo a tese da defesa acatada pelo TRF-1, o Judiciário não poderia interferir na decisão administrativa, confirmada pelo Conselho Nacional de Justiça. Os defensores também sustentam que a aposentadoria depende dos requisitos previstos em regime jurídico contributivo, e sua extinção não decorre da perda do cargo público decretada. O próprio Demóstenes conseguiu se livrar das acusações de improbidade no âmbito da Monte Carlo e recuperou no STF seus direitos políticos. Ele foi candidato a deputado federal em 2018 pelo PTB, mas obteve somente 27.801 votos e não conseguiu ser eleito.