O ex-senador goiano Demóstenes Torres está negociando com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro a delação premiada de Júlia Lotufo, viúva do capitão Adriano da Nóbrega, miliciano morto na Bahia no ano passado. A delação tem potencial explosivo, pois além de chefiar a milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste Rio, Adriano era amigo de Fabrício Queiroz e também mantinha relação com os Bolsonaro. Chegou a ser homenageado por Flávio Bolsonaro com a Medalha Tiradentes, quando o senador filho do presidente da República era deputado estadual no Rio.
A mãe e a ex-mulher de Adriano, Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa, foram lotadas no gabinete de Flávio na Alerj. Quem informou em primeira-mão das negociações de Júlia Lotufo com o MPF foi o colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.
A delação negociada pelo escritório de Demóstenes Torres já está na segunda fase. Isto quer dizer que foi aceita pelos procuradores e agora falta tratar de anexos específicos sobre homicídios cometidos por organizações criminosas no Rio de Janeiro.