Pela primeira vez, o instituto Genial/Quaest registra que a desaprovação do terceiro governo Lula supera a sua aprovação. Em nova pesquisa divulgada nesta segunda-feira (27/1), a avaliação positiva caiu 5 pontos e a negativa subiu 2. Com isso, a aprovação caiu de 52 para 47 pontos, o menor patamar desde fevereiro de 2023. E a desaprovação cresceu de 47 para 49 pontos. Também o maior patamar no período.
A pesquisa entrevistou 4.500 brasileiros com 16 anos de idade ou mais, entre 23 e 26 de janeiro, com margem de erro de 1 ponto porcentual para mais ou menos.
A desaprovação da administração petista cresceu principalmente na Região Sul, de 52 para 59 pontos. A aprovação despencou de 46 para 39 pontos. Mas também teve aumento significativo no Nordeste. Nesta região, embora o governo Lula continua ainda melhor avaliado, sua aprovação caiu de 69 para 62 pontos e a desaprovação teve alta de 32 para 37 pontos.
Entre as mulheres, em dezembro havia uma vantagem de 10 pontos (54% de positivo e 44% de avaliações negativas). Agora é de apenas 2 pontos (49 a 47). Entre os homens, 52% desaprovam e 45 aprovam.
Ensino e religião
Entre os eleitores com ensino fundamental, onde o governo Lula é melhor avaliado, a aprovação caiu 65% (julho de 2024) para 57% (janeiro de 2025). A desaprovação cresceu de 30% para 37% no mesmo período. No ensino médio e superior, a administração federal é desaprovada por 54% e 59% da população, respectivamente. E aprovada por 43% e 40%, respectivamente.
Entre os católicos, o cenário também é ruim para o governo Lula, que viu sua aprovação cair para 52%, a mais baixa neste terceiro mandado do presidente petista. A desaprovação cresceu para 45%, a mais alta. Entre os evangélicos, a avaliação negativa só cresce desde janeiro de 2024 e agora atinge 58%, contra 37% que avaliam positivamente.
Direção errada
Metade dos entrevistados (50%) acredita que o Brasil está indo na direção errada, contra 39% que veem o país no caminho certo. A percepção de que Lula não está cumprindo suas promessas de campanha é compartilhada por 65% dos entrevistados.
Além disso, 83% apontam que os preços dos alimentos continuam subindo, o que pode reforçar a ideia de ações federais nesse sentido. Sobre a cobertura midiática, 43% afirmam ter visto mais notícias negativas sobre o governo, enquanto 28% destacaram notícias positivas.
O aumento no Bolsa Família é citado como a notícia mais favorável, enquanto a polêmica portaria da Receita Federal sobre o PIX aparece como a mais negativa.