Dos três senadores goianos, dois já se manifestaram favoráveis à aprovação da reforma tributária: Vanderlan Cardoso (PSD) e Jorge Kajuru (PSB). Contudo, ambos defendem mudanças no projeto aprovado pela Câmara dos Deputados. Já o terceiro senador Wilder Morais (PL) ainda não se posicionou, mas se for obedecer o que pede o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu voto será contra. Se for, frise-se bem. Porque o senador também tem bom relacionamento com integrantes do governo Lula (PT).
Jorge Kajuru defendeu nesta segunda-feira (10/7) que o Senado debata a reforma tributária e faça mudanças, “se for necessário”. O senador, que tem tentado se colocar como principal interlocutor político do governo Lula em Goiás, o “interesse coletivo tem que prevalecer”. Também frisou que o Senado não pode ceder a “pressões descabidas de regiões, grupos empresariais, setores econômicos, frentes parlamentares, confederações e bancadas temáticas”.
Kajuru afirmou que a aprovação da proposta com ampla margem de votos na Câmara dos Deputados foi graças ao engajamento do presidente da Casa, Arthur Lira, do ministro Fernando Haddad (Fazenda) e do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos). E lembrou ainda que 20 deputados do PL bolsonarista votaram a favor do texto.
“É importante destacar a imensa reação favorável ao que se votou na Câmara, proveniente de vários setores da sociedade brasileira. Os aplausos vêm de políticos, de empresários e da imprensa. Compreensível, por se tratar de um anseio de décadas que pode alavancar o nosso crescimento econômico”, afirmou o senador do PSB, partido da base do governo Lula.
Debates
Já o senador Vanderlan Cardoso deve comandar o primeiro debate da reforma tributária no Senado, como presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na Casa. O seu nome também estava entre os cotados para relatar o projeto. Embora defenda a necessidade urgente de reformular o sistema tributário brasileiro, Vanderlan disse que esse debate terá outra velocidade no Senado. E tem enfatizado que vai atuar para mudar os pontos que possam causar impactos negativos ao desenvolvimento econômicos de Estados em crescimento, como é o caso de Goiás.
Aliás, nesta terça-feira (11/7) a CAE aprovou dois pedidos de informações, apresentados pelo líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), para que os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) subsidiem o colegiado com dados sobre a reforma tributária. Ambos devem encaminhar estudos, estimativas e informações sobre a alíquota média da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), criados com a reforma. No requerimento, Marinho expõe sua posição crítica sobre a reforma tributária. Para o senador, ainda não está claro se o cidadão terá que pagar mais impostos a partir da aprovação da PEC.
Relator
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi confirmado também nesta terça-feira (11/7) o relator da reforma tributária no Senado. A confirmação foi feita pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, após reunir-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Segundo Pacheco, não há razões para fatiar o texto da reforma a ser apreciada pelo Senado. Ele disse ter a expectativa de aprovar a matéria “nos próximos meses”.
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