Com uma eleição interna apertada para a escolha de quem será no PSDB o candidato a presidente da República, na eleição de 2022, o governador e pré-candidato João Doria (SP) tem atuado fortemente para garantir os votos de diretórios tucanos ainda indecisos. Entre eles, o de Goiás. A maioria dos tucanos goianos é favorável à pré-candidatura do governador Eduardo Leite (RS) – leia mais aqui. Isto ficou claro nos dois encontros realizados em Goiânia, um com o paulista e outro com gaúcho, com a militância e lideranças do PSDB de Goiás. Mas, Doria aposta na força do ex-governador Marconi Perillo para garantir os votos goianos.
O PSDB de Goiás responde por 4% dos votos nas prévias do partido. O governador paulista tem hoje, segundo levantamento do portal Poder360, o apoio de seis diretórios estaduais tucanos, que representam 34% dos votos. Já o governador gaúcho tem o apoio declarado de oito diretórios, que representam 39% dos votos. Por isso, numa disputa acirrada, os votos goianos se tornam ainda mais importantes.
Há duas semanas, o ex-governador José Eliton e outras lideranças do PSDB de Goiás divulgaram uma carta de apoio à Eduardo Leite (saiba mais aqui). Como Eliton é presidente licenciado do diretório goiano, logo se pensou que se tratava de um apoio formal do partido no Estado. Isto obrigou o ex-governador Marconi desmentir os boatos e afirmar que não há nenhuma decisão formalizada no PSDB de Goiás sobre as prévias do partido. Convém frisar que Marconi tende a votar em Doria, com quem tem uma relação mais próxima no PSDB.
Contrapartidas
Marconi estaria pressionando Doria em relação aos seus secretários estaduais Alexandre Baldy (Transportes) e Henrique Meirelles (Fazenda), pois ambos são pré-candidatos ao Senado por Goiás e priorizam uma aliança com o governador Ronaldo Caiado (DEM) para 2022. O governador paulista até tentou apaziguar os ânimos entre Marconi e Baldy, que é presidente goiano do PP, oferecendo um almoço para ambos em São Paulo. Entretanto, alguns dias depois, um irmão de Baldy passou a ser cotado para ser o novo secretário de Indústria e Comércio de Goiás, numa clara aproximação do pepista com o governador Caiado (saiba mais aqui).
Doria então, numa forte sinalização para o PSDB goiano, antecipou ontem a saída de Baldy do seu governo. Claro, que contribuiu também para isso o fato de que o pepista goiano não declara apoio ao governador paulista para a eleição presidencial, como faz Henrique Meirelles. Até porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode voltar para o PP para tentar a sua reeleição em 2022 (leia mais aqui). Não se sabe ainda se isto será o suficiente para Marconi declarar, publicamente, voto em Doria.