Um dia após a Petrobras reajustar em 8,8% o preço do diesel nas refinarias e a uma semana da retomada do julgamento do TCU sobre a privatização da Eletrobras, o general Bento Albuquerque foi exonerado ontem à noite (10/5) do Ministério de Minas e Energia pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) . No mesmo ato, Bolsonaro nomeou Adolfo Sachsida, então chefe da Assessoria Especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, e ex-secretário de Política Econômica.
Ainda não se sabe se Albuquerque irá para outra área ou deixará o governo em definitivo. A sua exoneração ocorre menos de uma semana após Bolsonaro apelar, na quinta-feira passada (5/5), para que a Petrobras mantivesse os preços do diesel congelados, sob o risco de haver uma “convulsão social” no País.
“Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque e senhor José Mauro [Coelho], da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel. Não estou apelando, estou fazendo uma constatação, levando-se em conta o lucro abusivo que vocês [Petrobras] têm. Vocês não podem quebrar o Brasil”, disse Bolsonaro.
Quatro dias depois, a companhia anunciou o reajuste de 8,8% nos preços do diesel.
Ao desautorizar antecipadamente o reajuste da Petrobras, Bolsonaro reforçou aos parlamentares da base o aval por novas medidas de controle de preços dos combustíveis neste ano eleitoral. Bento Albuquerque teve influência na escolha de José Mauro Coelho, bem como do ex-presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna – demitido no mês passado por Bolsonaro.
Albuquerque também foi um dos articuladores do governo junto ao TCU para garantir a continuidade do processo de privatização da Eletrobras. A articulação do governo resultou na redução do prazo do pedido de vistas por ministros do tribunal, de 60 para 20 dias, possibilitando a retomada do julgamento da Corte no dia 18 de maio.