Já é praticamente certo que a eleição presidencial americana de outubro vai repetir a disputa de 2020 — com a diferença de qual dos candidatos ocupa a Casa Branca. O presidente democrata Joe Biden e seu antecessor, o republicano Donald Trump, venceram com facilidade a chamada Superterça, quando seus partidos realizaram eleições primárias em 15 estados.
Biden não tem concorrentes, e Trump, segundo estimativas, já conquistou 92% dos delegados necessários para ser confirmado na convenção de seu partido.
Mas os resultados não vieram sem sinais de alerta. Virtualmente fora do páreo na disputa republicana, a ex-governadora Nikki Haley conseguiu em Vermont sua segunda vitória — a primeira foi na capital, Washington – e obteve em quase todos os estados uma margem de 30% dos votos.
São eleitores republicanos que rejeitam Trump, um contingente que pode ser decisivo numa eleição tão polarizada. O ponto final para a candidatura de Haley deve acontecer no próximo dia 12, quando Georgia, Havaí, Mississippi e Washington (o estado) realizam suas primárias e assembleias.
Desafio para Biden
A despeito da vitória fácil de Biden, o voto de protesto por conta do apoio americano a Israel segue assombrando o presidente. Em Michigan, há uma semana, 13% dos eleitores democratas escreveram “descomprometido” na cédula, indicando que não apoiam o presidente.
A expectativa é que um número ainda maior repita o protesto em Minnesota, por exemplo. E, segundo pesquisas, o fenômeno não está restrito à comunidade muçulmana, abrangendo principalmente os eleitores jovens. Biden precisa reconquistar esses descontentes, uma vez que o voto nos EUA não é obrigatório.
Vice de Trump
Com Trump praticamente garantindo a vaga na eleição, a disputa no Partido Republicano passa a ser pelo posto de vice-presidente em sua chapa. Nos últimos quatro dias, os participantes da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), um dos principais eventos da direita nos EUA, discutiram esse assunto.
Dos debates e apostas, seis nomes surgiram com mais força, liderados pela governadora de Dakota do Sul, Kristi Noem, e pelo empresário Vivek Ramaswamy. Não há garantia de que Trump vá escolher alguém da lista, mas mostra a tendência dentro do campo conservador.
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