O encontro regional do MDB no último sábado (04), em Anápolis, foi tido como uma demonstração do quanto está consolidada a aliança do partido com o governador Ronaldo Caiado (DEM). Com a presença de grupos que até então demonstravam alguma dificuldade de abraçar a união com o governo por causa de questões políticas locais, como o próprio diretório de Anápolis e o de Quirinópolis, a avaliação das lideranças da sigla é de que a insatisfação ficou agora restrita ao deputado estadual Paulo Cesar Martins e alguns poucos aliados que vão deixar o partido em breve para apoiar a pré-candidatura de Gustavo Mendanha (sem partido).
Presidente do diretório de Quirinópolis, o ex-vice-prefeito Zezé do Povo mostrou que não está com o grupo do ex-prefeito Gilmar Alves e disse que o diretório municipal está fechado com Daniel Vilela e Ronaldo Caiado. O empresário Márcio Corrêa, que dirige o MDB em Anápolis, defendeu em seu discurso que é preciso superar diferenças locais pensando num objetivo maior. Ele é adversário político do prefeito Roberto Naves (PP), que é da base de Caiado, mas que também já sinalizou disposição de diálogo. Prefeito de Pontalina, Edson Guimarães lembrou que enfrentou o grupo de Caiado em outros pleitos no seu município, mas ressaltou que as divergências do passado somente valorizam a aliança firmada agora.
O governador retribuiu as manifestações de apoio. Espantou qualquer especulação de que poderia reavaliar o vice da sua chapa futuramente e deixou claro que seu sucessor, caso seja reeleito, será o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela. “Eu tenho a responsabilidade hoje de vocês saberem como governar o estado. Eu tenho que saber também com quem esse estado vai continuar. Para onde esse estado vai. Isso significa, Daniel, que nós não podemos resgatar o estado de Goiás, levar ao patamar de excelência, para depois as pessoas quiserem voltar para assaltá-lo, como fizeram durante 20 anos no governo passado”, afirmou Caiado, acrescentando que cabe a Daniel levar adiante o legado de Maguito Vilela e Iris Rezende.
A quebra das resistências de ambos lados avançou muito desde setembro, quando a aliança do MDB com o DEM foi confirmada e Daniel foi anunciado como vice de Caiado. Daniel tem levado adiante uma agenda intensa de articulações com lideranças da base caiadista, se reunindo com prefeitos e deputados, e já superou a maior parte das resistências. Nomes como os deputados federais Waldir Soares (PSL) e Zacharias Calil (DEM), além dos prefeitos Paulo do Vale (Rio Verde) e Fausto Mariano (Turvânia), ambos do DEM, já manifestaram apoio à presença de Daniel na chapa caiadista.
Daniel também foi o articulador do retorno do PP de Alexandre Baldy para a base governista. O foco de insatisfação na base aliada hoje ficou restrito ao prefeito Adib Elias, ao presidente da Codego, Renato de Castro, e o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira. Mas superar o incômodo desses três com a presença de Daniel na chapa majoritária não será tarefa fácil.